Há algum tempo o mercado de tecnologia vem sentindo a falta de mão de obra em TI que vem atingindo não apenas este segmento como todos os outros que possuem áreas de TI.
Esse movimento é provocado por vários fatores que levantaremos aqui, mas principalmente pela transformação tecnológica de vários negócios, dependendo cada vez mais e mais de especialistas que ajudem a executar essas mudanças necessárias com inteligência.
Você já deve ter visto matérias que citam profissões que serão extintas, com o desenvolvimento das novas tecnologias, nos próximos anos.
Chamadas como:
“10 profissões que desaparecerão até 2030.”
“30 cargos que já foram substituídos pela AI nos últimos meses”
A voz que ecoa “mude agora ou morra”, é um alerta diário para profissões defasadas e negócios arcaicos.
De fato, estão surgindo sistemas complexos que utilizam inteligência Artificial, como o ChatGPT, Codeium, Midjourney. e muitos outros que podem SIM, facilmente substituir humanos e outras ferramentas.
Percebemos também um outro movimento de redução de equipes.
Como:
Se antes, uma grande agência de Publicidade possuía 10 analistas de conteúdo em um um time de comunicação, com essas ferramentas, este número reduziu drasticamente pela metade.
Transformação digital: sobrevivendo (ou evoluindo)
A transformação digital nada mais é do que exatamente isso, conforme a tecnologia e inovação evolui, muitos cargos vivem em estado de sobrevivência, podendo ser substituídos a qualquer momento por uma nova tecnologia ou ferramenta inovadora.
Ao mesmo tempo que a transformação digital ameaça empregos, é importante para muitos negócios chegarem a novos patamares, também chamado evolução.
Porém, quanto mais se anseia pela mudança, maior é a procura por profissionais capazes de desenvolverem tais novidades no mercado de TI.
Uma dualidade, enquanto muitos empregos caem por terra, por conta da Transformação digital, profissionais de TI são cada vez mais procurados e super cotados, com salários, benefícios e desenvolvimento de carreiras de brilhar os olhos.
Ao mesmo tempo que a quarta Revolução Industrial ou Indústria 4.0 pode acabar com milhões de empregos, a automação e a conectividade podem criar outros tantos.
Em torno de 37% dos empregos no Brasil poderão ser afetados (tanto positivamente como negativamente) pela nova onda de inteligência artificial (IA), impactando mais de 37 milhões de brasileiros.
fonte: Organização Internacional do Trabalho OIT
Outro estudo interessante que corrobora tal análise é a da DuckerFrontier:
As buscas por especialistas de TI
O fato é que as novas vagas criadas exigirão altos níveis de qualificação e especialização em tech.
Estar preparado para mudanças e desenvolver uma mentalidade de aprendizado ao longo da vida são estratégias defendidas por líderes e especialistas no tema.
Para muitos empresários, encontrar mão de obra em TI qualificada sempre foi um desafio no país, porém a pandemia acelerou o problema no setor.
Teremos um GAP de mais de 500 mil vagas de emprego sem mão de obra qualificada, até dezembro de 2025, no mercado de tecnologia da informação e comunicação.
fonte: BRASSCOM
Arrisco dizer que, hoje, a área de TI é até mais ampla do que a medicina.
Exemplo:
Assim como na medicina temos diversas especializações, na tecnologia a verticalização é ainda maior – com inúmeras áreas específicas e competências cada vez mais segmentadas.
O grande desafio está em encontrar profissionais qualificados.
A mão de obra em TI especializada é escassa, enquanto a demanda do mercado de TI segue crescendo rápido…
Mais de 85 milhões de empregos
não serão preenchidos até o final de 2030
Entretanto… Enquanto o mercado de TI segue crescendo rápido, o setor viu se formarem uma quantidade muito menor.
O relatório da Abstartups mostra que, anualmente, 53 mil profissionais irão se formar entre 2021 e 2025. PORÉM, segundo a Brasscom, a demanda por novos talentos nesse período será de 800 mil.
O resultado: um déficit de 530 mil profissionais, de acordo com a Google for Startups, 2023 que reforça a falta de habilidades digitais do Brasil, coloca o país em 3º posição entre os países do G20 que mais desperdiçam a oportunidade de aumentar o PIB.
Conclusão: mais desequilíbrio entre oferta de trabalho e talentos disponíveis.
Falta de mão de obra em TI: o que tem gerado a escassez
O Google ouviu startups, executivos e profissionais da área que listaram os motivos que geram a escassez de mão de obra qualificada em TI.
Alguns causadores são:
- Lógica de programação
Introdução base ao estudo da lógica no ensino das escolas brasileiras para facilitar o interesse pelas áreas de programação. - Escassez de profissionais Seniores
Desenvolvimento e mentoria de TI para geração de um maior número de profissionais seniores como deveria.
“65% dos empresários acreditam que faltam profissionais mais experientes e capacitados para atender, de forma independente, as necessidades e desafios que surgem no cotidiano das startups.”
Fonte: Relatório “Panorama de talentos em tecnologia“, realizado pelo Google for Startups, com apoio da Abstartups e da Box 1824
- Poucas vagas de Estágio
A procura é tão alta por profissionais seniores, que as empresas não abrem poucas vagas de estágio ou júnior. O que dificulta acelerar o processo de desenvolvimento desses profissionais. Isso também faz com que os jovens busquem outras áreas. - Inclusão à diversidade
Dificuldade à inclusão da diversidade em vagas de TI. Há pessoas negras e mulheres especialistas (e em processo de capacitação), gerando uma oportunidade rica para o mercado, mas ainda há muitas barreiras para a inclusão à diversidade.
“50% consideram o mercado de tecnologia totalmente ou muito homogêneo em relação à raça, classe, religião e gênero, enquanto apenas 15% o consideram totalmente diverso.”
Fonte: Relatório “Panorama de talentos em tecnologia“, realizado pelo Google for Startups, com apoio da Abstartups e da Box 1824
- Mercado internacional aquecido
Existem condições (muito) mais atrativas internacionalmente, desviando desenvolvedores brasileiros para oportunidades no exterior.
Cargos mais procurados na área de TI
São muitas vagas e poucos profissionais qualificados em tecnologia para atender às atuais necessidades do mercado.
6 Profissões que resumem bem caminhos que podem ser trilhados e com certeza, não falta emprego, são:
- Gestores de projetos e desenvolvedores de softwares de linguagens de programação em geral.
Dados comprovam, segundo IDC, a previsão de que o mercado de Tecnologia da Informação (TI) no Brasil crescerá 13% em 2025.
- Analista, cientista, engenheiros de dados (banco de dados, BI entre outros) e automação.
Software deve crescer 15,1%, puxado por soluções de segurança, gestão de dados, IA e CX (customer experience).
fonte: Gartner, IncE espera-se que o mercado global de Automação de Processos Inteligentes (IPA) cresça anualmente 22,6% de 2025 a 2030
fonte: Grand View Research
- Especialistas em AI, como: engenheiros de machine learning, analistas de dados, engenheiros de IA e consultores de ética em IA.
Pesquisas confirmam: ABES projeta que a procura por profissionais de IA no país deve crescer 150% em 2025.
- Área de Arquitetura de nuvem, cargos como: Arquiteto de Soluções em Nuvem (Cloud Solutions Architect), de Nuvem corporativa e Multi-cloud, segurança em nuvem etc.
Gastos mundiais com serviços de nuvem pública devem dobrar até 2028 (em comparação à 2024), com uma taxa de crescimento anual composta (CAGR) de 19,4%.
fonte: International Data Corporation IDC
A especialização na área de arquitetura de nuvem, inclui certificações relevantes, como AWS Certified Solutions Architect, Azure Solutions Architect Expert ou Google Professional Cloud Architect.
- Analista de privacidade e segurança da informação (cibersegurança, compliance, riscos, LGPD etc.)
Empresas no Brasil estão priorizando a modernização da tecnologia e a segurança na nuvem acima de outros investimentos em cibersegurança.
Cursos não preparados para Qualificar
O mercado brasileiro de tecnologia enfrenta um paradoxo: alta demanda por profissionais de TI vs dificuldade em encontrar candidatos com as qualificações necessárias.
66% das empresas não contratam profissionais de TI devido à baixa qualificação técnica dos candidatos.
fonte: Gama Academy
Esse cenário é agravado pela proliferação de (populares) cursos onlines de baixa qualidade que prometem inserção rápida no mercado, porém sem formação adequada e de qualidade, sem a base técnica necessária.
Metade dos desenvolvedores no Brasil não possui ensino superior completo, e 75% estão há menos de 5 anos na área, indicando uma força de trabalho predominantemente júnior.
Bain & Company, em parceria com o Google
É preciso enfrentar o “techwashing” — prática em que o mercado “finge” formar profissionais por meio de cursos de respaldo duvidoso. Para atuar de forma sustentável em TI, o profissional precisa de uma formação técnica sólida, além de desenvolver soft skills (habilidades socioemocionais).
Muitos desses cursos deixam de abordar conceitos essenciais de programação e desenvolvimento de software, gerando profissionais despreparados para os reais desafios do mercado.
Estratégias para superar o desafio
Para mitigar esse problema, empresas podem adotar as seguintes práticas:
- Testes técnicos: Implementar processos seletivos rigorosos com entrevistas técnicas e testes práticos para avaliar as habilidades reais dos candidatos.
- Background checks: empresas estão intensificando a checagem de referências com antigos empregadores para validar a experiência e o desempenho técnico dos candidatos, evitando contratações de profissionais bons em entrevistas, mas fracos na prática.
- Investir na formação contínua: desenvolver programas de treinamento interno para colaboradores, por exemplo, é uma boa prática para desenvolver competências necessárias internamente.
- Ecossistema de parceiros de Educação: colaborar com universidades e escolas técnicas, ampliando parcerias com instituições de ensino, é um bom caminho para alinhar os currículos às demandas do mercado.
A “Juniorização” do Mercado
Outro fator que contribui para o déficit de profissionais capacitados no setor de TI, é a “juniorização” que ocorre quando profissionais se autointitulam seniores, mas possuem habilidades de nível júnior ou pleno.
Especialistas alertam que, com a fuga de talentos de TI experientes para o exterior, posições que exigiriam maior senioridade estão sendo ocupadas por novatos com pouca experiência.
Hoje, entre aqueles disponíveis, o volume de profissionais de tecnologia júniors no mercado é incalculavelmente superior aos de pleno, sênior e especialistas.
A escassez de mão de obra em TI ou a falta de reter esses talentos experientes, prejudica a transferência de conhecimento e a formação de novos especialistas na área, o que reduz a evolução técnica e diversa dos times de TI, criando ambientes onde a curva de aprendizado é mais lenta e a qualidade dos projetos pode ser comprometida.
Algumas características de um profissional júnior em TI, são:
- Pouca vivência em projetos reais: domina muito mais a teoria do que a prática.
- Conhecimento técnico superficial: sabe conceitos técnicos, mas tem dificuldade prática para aplicar em situações complexas.
- Pouca autonomia: precisa de supervisão constante para avançar em tarefas.
- Dificuldade para prever impactos: ainda não enxerga bem os efeitos de suas decisões técnicas no produto final.
- Foco em aprender, mas ainda sem visão estratégica: trabalha bem com tarefas pontuais, mas não domina arquitetura, integração ou escalabilidade.
- Tendência a superestimar suas habilidades: muitas vezes se considera pronto para níveis mais altos sem ainda ter a maturidade necessária.
- Ausência de especialização: conhece de tudo um pouco, mas não é referência em nenhuma área.
- Portfólio limitado ou acadêmico: pouca ou nenhuma entrega robusta no mercado real.
As tendências que definem o futuro do mercado de trabalho.
A falta de mão de obra qualificada em TI no Brasil já atingiu níveis críticos e continua sendo um problema no setor.
O FUTURO DO TI É COLABORATIVO e uma realidade que exige novas abordagens e soluções para preencher essa lacuna e manter a competitividade no cenário global.
Terceirizar, alocar talentos ou formar squads sob demanda surgem como caminhos estratégicos, deixando de ser uma tendência e se tornando uma solução acessível, inteligente e de custo-benefício para acelerar e garantir inovação, competitividade e qualidade técnica para projetos de tecnologia no cenário global.
A inovação anda a passos largos…
E a velocidade dessa inovação tecnológica exige uma constante atualização de múltiplas habilidades técnicas, o que torna difícil para os profissionais acompanharem mudanças.
Por exemplo: novas linguagens de programação, metodologias ágeis e tecnologias emergentes, como blockchain e IA, estão constantemente redefinindo o que significa ser um profissional de TI atualizado.
A SOLUÇÃO
Modelos de outsourcing de TI conseguem ganhar velocidade neste mercado.
Um bom exemplo:
Internamente conseguem fazer o hunting técnico e profissionalizado, por possuir especialistas como Tech Recruiters, IT Recruiters e Developer Recruiters.
Já a alocação de equipes técnicas especializadas avança passos (demorados) de onboarding (adaptação e treinamento interno) e recrutamento, permitindo que as empresas acelerem seus projetos, otimizem etapas e recursos até a entrega final do projeto para focar diretamente no que realmente importa: a entrega de valor e a inovação contínua.
Enfim, com a transformação digital acontecendo em ritmo acelerado, adaptar-se a essa nova dinâmica de trabalho pode ser o diferencial entre crescer e ficar para trás.
Na SSX Digital, ajudamos empresas a superar esse gap técnico com squads sob medida, expertise de mercado e foco total em resultados.
Lembre-se: o futuro dos negócios pertence a quem sabe construir parcerias inteligentes e ele já começou.